Abolição de portagens pode criar mais pressão sobre as praias de Ílhavo

A eliminação do pagamento de portagens na A25, em vigor desde 1 de janeiro último (à exceção de três pórticos entre Albergaria-a-Velha e Aveiro), provocará um aumento do número de pessoas, residentes no interior do país, que se deslocarão em direção ao litoral, concretamente às praias de Ílhavo, Barra e Costa Nova. É essa a convição da Câmara de Ílhavo, que assume alguma preocupação.
O presidente da autarquia, Jo­ão Campolargo, do movimento “Unir para Fazer”, prevê que sendo a circulação na A25 de utilização gratuita (à exceção de três pórticos), isso motivará mais pessoas a viajar, o que será mais evidente nos meses de verão.
A dimensão dessa consequência poderá ser maior se os três pórticos na A25 passarem a ser, também, gratuitos, o que dependerá das próximas decisões a tomar face à contestação que tem sido feita. Para já, a passagem no pórtico de Esgueira-Aveiro Nascente continua a custar 30 cêntimos, no Estádio-Angeja, 45 cêntimos, e em Angeja-Albergaria, 15 cêntimos.

Monitorizar
Para ter dados sobre os acessos, a Câmara de Ílhavo vai avaliar o número de pessoas que viajam até ao extremo litoral da A25, até à Ponte da Barra, e entram na zona das praias. Trata-
-se de medir «o fluxo de pessoas que estão nas nossas praias».
A questão foi descrita pelo autarca aos jornalistas: «Temos um problema nas nossas praias com a eliminação do pagamento de portagens; acreditamos que as nossas praias vão sofrer com isso, a zona já é muito procurada e a gratuitida­de da circulação na A25 criará algum facilitismo às pessoas que, do interior, possam decidir vir para o litoral. Acreditamos que vamos ter mais complicações no trânsito, no estacionamento, e queríamos indicar às pessoas, à chegada às praias, o problema que podem encontrar».
Em simultâneo, o autarca também valoriza esta procura pelos efeitos positivos para o comércio e o turismo.
São várias as medidas que têm sido aplicadas, como a rotunda junto à ponte ou o sistema de transportes, mas João Campolargo admite retomar as travessias da barca, da Bruxa para a Costa Nova, e no Canal de Mira, entre o Jardim Oudinot e a Barra, para pessoas e equipamentos de mobilidade suave, sem esquecer a melhoria das condições de segurança nos acessos cicláveis à Ponte da Barra, disse ainda o autarca à Lusa.

Rede Nacional de Test Bed
Para tentar obviar este, previsível, «problema» de pressão sobre as praias, cujas épocas balneares têm registado uma dimensão relevante de pessoas, a câmara inscreveu este trabalho de monitorização na Aveiro Smart Connected Spaces, que integra a Rede Nacional de Test Bed que beneficia de verbas do Sistema de Incentivos Empresas 4.0. Uma Test Bed pode prestar serviços de teste e experimentação de produtos e serviços de PME e “startups”, em espaço físico ou virtual, segundo o Portal Digital, do Governo. Para estes investimentos, o PRR tem 150 milhões de euros para as empresas criarem Test Beds. |