Tribunal julga homem acusado de tentar atear fogo à ex-mulher em Coimbra
O Tribunal de Coimbra começa a julgar na terça-feira um homem de 53 anos acusado de tentar atear fogo à sua ex-mulher, em março de 2024, meses depois de o casal se ter separado.
O arguido, que se encontra em prisão preventiva, vai responder em Coimbra por um crime de violência doméstica, um crime de ofensa à integridade física qualificada e um crime de homicídio qualificado na forma tentada.
Segundo a acusação a que a agência Lusa teve acesso, o casal, casado desde 2021, separou-se depois de um episódio de violência na passagem de ano de 2023, em Coimbra, quando o arguido, após uma discussão na rua, alegadamente desferiu uma bofetada na orelha do filho da sua mulher, que tinha sido operado recentemente ao ouvido.
Depois de reagir à agressão ao seu filho, a mulher terá sofrido um soco no queixo, altura em que a polícia foi chamada e o arguido pôs-se em fuga, tendo-se separado.
Cerca de três meses depois, o arguido terá tomado a decisão de que iria matar a na altura sua mulher, não aceitando o fim do relacionamento, tendo pedido para ir à residência da vítima, alegando que tinha deixado lá uns documentos.
A 16 de março, munido de isqueiro, fósforos e três garrafas de plástico com líquido combustível e ácido, o arguido bateu à porta, que foi aberta pelo filho da sua mulher, tendo seguido para a casa de banho, onde a vítima se encontrava.
Dentro da casa de banho, fechou a porta, terá derramado o líquido de uma das garrafas sobre a companheira e tirou uma caixa de fósforos com o intuito de atear fogo, disse o Ministério Público (MP).
No entanto, a vítima terá conseguido agarrar os pulsos do arguido e, posteriormente, molhar os fósforos, para evitar qualquer chama.
De acordo com a acusação, por várias vezes, o arguido tentou atear fogo à mulher, que tentava fugir para a rua.
A determinado momento, surgiu uma vizinha da vítima que também ajudou a agarrar os braços do arguido, que ainda assim conseguiu libertar-se das duas mulheres e atirou líquido combustível para cima das duas e terá tentado, novamente, acender chama, altura em que as vítimas fugiram e um homem apareceu e agarrou o suspeito, disse o MP.
Na acusação, é ainda referido que o arguido, já após ter sido parado pelos vizinhos, terá ingerido líquido ácido de baterias, tendo sido assistido no hospital.
O Ministério Público afirmou que a relação entre os dois era pautada por discussões e agressões por parte do arguido, que terá dito por várias vezes que ia matar a sua na altura mulher e que a seguir se iria suicidar.