Aveiro faz obras para sede nacional das confrarias
O edifício que vai receber a sede nacional das confrarias gastronómicas, a Casa dos Morgados da Pedricosa, vizinha do Museu Santa Joana, em Aveiro, prepara-se para uma fase de obras de requalificação do edifício, com concurso lançado esta semana em Diário da República. O preço base da obra é de 650.106,53 euros e está aberto a propostas até dia 23 do próximo mês de fevereiro. Quanto às obras, serão feitas num prazo de 180 dias.
A mudança da sede de Santarém para Aveiro foi anunciada em 2023, já foi assinado um protocolo de intenções pelo presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, e o presidente da direção da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas (FPCG), Alcides Nóbrega. Sintomaticamente, durante a Bolsa de Turismo de Lisboa, apontando assim para os objetivos desta operação da autarquia, visando o crescimento da atração à cidade.
Questionado pelo Diário de Aveiro, em 2023, o presidente da federação afirmou que «Portugal é um país com um passado e um presente fabulosos em termos gastronómicos; tem tudo para ter uma oferta única de turismo gastronómico a nível mundial». A federação comprometeu-se, a partir de Aveiro, a dinamizar a sede em articulação com a câmara.
Para a autarquia, é «uma aposta muito relevante, procurando encontrar nas tradições gastronómicas e na contemporaneidade da cozinha aveirense e portuguesa novas formas de promover e divulgar o território».
Ao mesmo tempo, a federação espera conseguir em Aveiro desenvolver «um trabalho mais direto e próximo das confrarias, integrando um espaço museológico, biblioteca, salas de trabalho e de eventos, desenvolvendo atividades gastronómicas, artísticas e culturais, promovendo o movimento e produtos, a tradição e a inovação.
Sede aberta
A sede será um espaço aberto ao público, de consulta do espólio da federação, com exposições, biblioteca, “showcookings”, debates, conferências, reuniões da federação e das confrarias.
O primeiro andar do edifício será a nova morada da sede nacional - sendo que no rés-do-chão manter-se-á a “Aveiro Arte - Círculo Experimental dos Artistas Plásticos”. É uma “casa senhoral” na Av. Santa Joana, do séc. XVIII, brasonada com as armas dos Eças e dos Botelhos e flores de lis. A autarquia, atual proprietária, comprou o edifício aos herdeiros de Amadeu Augusto Amador.
A federação, com 99 confrarias federadas de 20 regiões gastronómicas, tem razões para a mudança. Na altura do protocolo assinado, o presidente justificou a mudança por ser uma cidade na zona centro do país, onde está situada a maioria das confrarias, o que torna mais fácil de se deslocarem. E, também, pela oferta de um espaço digno de uma sede».
As obras de reparação a realizar na casa serão, entre outros trabalhos, para resolver problemas de infiltrações e de caixilharias.|