«Estamos a trabalhar para preparar o futuro da freguesia»

Diário de Aveiro: Quando e como iniciou a carreira política?

Manuel Almeida: A minha primeira candidatura à Junta de Freguesia (JF) de Salreu foi em 2005. Candidatei-me como independente, apoiado pelo Partido Socialista (PS). Não ganhei [tal como em 2009], mas foi uma experiência e também uma forma de me dar a conhecer à população.

Entretanto, em 2013, voltei a concorrer e ganhei, na altura, já como filiado do PS. Este é o meu terceiro e último mandato como presidente da junta.

Tem conciliado a política com a sua atividade profissional?

Sim. Ainda hoje concilio. Tenho uma pequena empresa de trans­porte de mercadorias, familiar, que está aqui sediada, em Salreu.

Que balanço faz destes três mandatos?

Um balanço muito positivo, a jul­gar pelo “feedback” muito sim­pá­tico que tenho recebido das pessoas em relação ao nos­so trabalho. E deixe-me que lhe di­ga que este foi o trabalho mais importante que fiz na vida até então. E olhe que já tenho 61 anos.

Estou mesmo muito grato à população de Salreu por me ter permitido fazer este trabalho pela minha terra.

Como tem sido a relação com a Câmara Municipal de Estarreja (CME)?

Somos de cores partidárias diferentes, mas temos uma relação muito boa. Saúdo o presidente Diamantino Sabina, um amigo institucional e pessoal. Nem sempre estivemos de a­cordo em todos os projetos. Mas a franqueza e abertura que temos é muito boa. Temos de saber fazer as pontes. Na política, temos de ter capacidade de diálogo e chegar a entendimento.

Que obras é que destaca?

Olhe, é difícil responder, porque fizemos tantas, mas tantas obras, que vou ter de enumerar várias. Interviemos a nível de arruamentos, da rede hidrográfica, da área social, etc.. Por exemplo, no âmbito do programa camarário “Habitação Freguesias”, temos feito pequenas reparações em casas de pessoas carenciadas. Chegámos a construir de raiz uma ca­sa de banho a uma família de uma senhora acamada, com 80 a­nos, em que era um drama para a filha poder lhe dar banho.

Temos tido, também, preocupação em preservar os espaços públicos, desde logo este edifício [sede da JF, antiga Escola Primária das Laceiras]. Um edifício secular, que nos obriga a alguma manutenção. Não há muito tempo foi todo recuperado e, inclusive, pintado no exterior. E por dentro também vamos cuidando dele.

Não alberga apenas a sede da JF, pois não?

Foi uma escola primária duran­te muito tempo, funcionando em simultâneo como se­de da JF. Quando foi construído o Cen­tro Escolar (CE) de Salreu, deixou de ser escola.

E nós, quando entrámos para o executivo, resolvemos trazer para aqui o Posto de Correios de Salreu, já associado à JF, mas que estava num outro local mais distante, junto à igreja.

Optámos por trazê-lo para cá para criar condições para que ficasse aberto todo o dia, uma vez que antigamente só funcionava da parte da manhã. Passámos a ter também a JF aberta todo o dia, o que não acontecia antes (estava aberta só de manhã).

Foi uma mudança muito gran­de. E hoje o nosso Posto dos Correios serve não só a população de Salreu, mas também as populações vizinhas.

Outras intervenções…

Falando em outras obras, que não de tijolo e cimento, refiro um projeto relacionado com o combate a fogos florestais. Depois do grande incêndio de 2022, tivemos a iniciativa de comprar alguns “kits” de emergência de apoio para ajudar no combate ou na prevenção de fogos. Os “kits” são compostos por mangueiras, agulhetas e outros acessórios para aceder à rede de incêndios. Foram entregues nos aglomerados habitacionais próximos da mancha de floresta do Vale Grande. No último verão, todos estes e­quipamentos foram usados e, segundo os moradores, muito contribuíram nas ações de prevenção. De facto, trata-se de uma coisa simples, que tem feito a diferença. Não vou dizer que é o “ovo de Colombo”, mas é qua­se.

A nível de arruamentos, temos feito, em parceria com a CME, algumas intervenções muito importantes, nomeadamente nas ruas do Couto, da Carvalha, Carreira de Baixo, José Luís Vidal, Quinta do Monte e Nova. Nota igualmente para os novos arruamento e parque de estacionamento, ao lado da JF, onde será construída a nova unidade de saúde familiar; e para os trabalhos desenvolvidos na Travessa da Breja e nos caminhos agrícolas.

A ação da junta de freguesia também tem passado pela reparação e pintura dos nossos fontanários e fontes, que são antiquíssimos. No que diz respeito à rede hidrográfica, saliento a limpeza de mais de 20 quilómetros de valas hidráulicas, quer na zona agrícola do Baixo Vouga, tradicionalmente designado de campo de Salreu (zona de cultivo do arroz de Salreu e onde nasceu o projeto BioRia.)

Interviemos no adro da Capela da Sr.ª do Monte, onde, aliás, no alto colocámos um binóculo; criámos uma praia fluvial no Parque da Aldeia e um espelho de água permanente, que permite atividades aquáticas, no Cais do Esteiro de Salreu, e ain­da o Parque de Merendas da Co­va da Raposa.