
Escola d’ Artes de Avanca está em fase de relançamento
Em meados deste mês, a Escola de Artes de Avanca – Associação Cultural vai realizar «aulas abertas» nos espaços, cedidos pela Câmara Municipal de Estarreja, da antiga Escola do Mato que lhe servem de sede.
O presidente da direção, Diogo Pinho, explicou que receberam há três meses as novas instalações e acentuou que, uma vez que o edifício dispõe de boas condições estruturais, apenas haverá que pintar paredes e limpar o soalho, organizando as salas, para iniciar, a todo o vapor, as aulas e outras atividades.
«Vamos abrir as portas e os miúdos poderão vir e experimentar a arte que lhes convém ou que mais gostam», sublinhou sobre as aulas abertas, adiantando que já foram às escolas locais informar sobre o “menu” da instituição e assinalando que a divulgação nos estabelecimentos de ensino será reforçada com “flyers”.
Diga-se que a Escola d’Artes - este é o nome comercial/ marca - está em pleno processo de relançamento da sua oferta formativa e da sua atividade letiva. Tradicionalmente, a oferta inclui quatro disciplinas: “ballet”, dança contemporânea, música e teatro. Mas, como anteriormente estava em instalações alugadas e, depois em provisórias, a instituição viu-se obrigada a fazer contas e a reorganizar-se para, depois, recomeçar as atividades em pleno. A oferta camarária de “poiso” na antiga escola pôs o futuro na mira e trouxe otimismo.
Por estes dias, estão ativas duas atividades, ambas desenvolvidas no Centro Paroquial de Avanca: expressão musical para cerca de 40 crianças do pré-escolar (dos 2 aos 6 anos), com o uso da música como «ferramenta para o seu desenvolvimento cognitivo e social», e animação musical para cerca de 30 seniores.
«Na Escola do Mato, a nossa ideia é reabrir, ainda no corrente ano letivo, todas as turmas que tínhamos e abrir turmas noutras áreas», sublinhou Diogo Pinho. Especificou que as novidades, com abertura de inscrições para o ano letivo 2025-
-2026, serão as Artes Visuais e o Multimédia, este, para não apenas ensinar os miúdos a usar as novas tecnologias, mas também para os dotar de conhecimentos que lhes permitam proteger-se dos perigos do mundo virtual. Desenvolver atividades para crianças com deficiências é outro dos projetos.
A «longo prazo», como acentuou o presidente, a Escola de Artes de Avanca poderá ser parceira da Câmara de Estarreja e do agrupamento de escolas para a lecionação das AEC (Atividades de Enriquecimento Curricular).
O dirigente abordou, ainda, a realidade financeira da “casa”, informando que a mensalidade para a frequência de «aulas regulares» anda entre os 25 e os 30 euros. Essa receita e o subsídio anual da câmara fazem o orçamento anual, pelo que a ocupação dos espaços cedidos gratuitamente pelo governo local estarrejense também foi uma boa ajuda.
Enfatizou que, embora a inclusão das artes no currículo das crianças seja bem vista pela generalidade de pais e encarregados de educação, não ignora que, também, é «a primeira área a cortar» em caso de dificuldades financeiras das famílias.
Diogo Pinho, líder diretivo há dois anos e meio, ele próprio professor de música e detentor de uma academia na Murtosa, está francamente «otimista» quanto ao futuro da Escola D’Artes: tem uma sede funcional, está perto de escolas, pelo que é fácil a deslocação dos alunos, e tem mercado na freguesia.
A Escola de Artes de Avanca foi fundada há cerca de duas décadas, mas descendeu de uma Escola de Música, criada há mais de 40 anos, por escuteiros, para os seus filhos.