
Mau tempo fez cair muro do estádio de Lourosa e danificou 30 campas
A queda de um muro do estádio do Lusitânia Futebol Clube danificou cerca de 30 campas do cemitério de Lourosa, no concelho de Santa Maria da Feira, segundo revelou a junta de freguesia. Foi provocado pelo mau tempo ocorrido na madrugada de quinta-feira, estando «umas 30 pessoas», entre profissionais e voluntários, a trabalhar em procedimentos de limpeza, orçamentação de estragos e prevenção de novas ocorrências.
Armando Teixeira, presidente da junta, que é proprietária do cemitério, salientou à agência Lusa que a chuva não tem facilitado os trabalhos, mas acentuou que a reposição do muro - arrastado pelas fundações de vários painéis publicitários devido à força do vento - deverá ser mais rápida do que a reparação das pedras tumulares.
«Deste sábado a oito, o estádio recebe o Belenenses e o clube precisa de ter tudo pronto nessa altura», sublinhou, sobre o Lusitânia FC, que disputa a fase de subida da Liga 3. O autarca acrescentou que «as campas são uma questão mais delicada porque envolvem muita gente», informando que «tem tudo que ser orçamentado antes» e que o seu executivo ainda está a identificar os familiares dos sepultados .
Somou a essas questões práticas a componente psicológica associada à perturbação dos hábitos de visitação do cemitério. «Isto mexe muito com as emoções das pessoas - sobretudo com as dos mais idosos -, e temos que ter muito cuidado a acompanhá-las neste momento», afirmou.
Armando Teixeira elogiou o comportamento do clube, que disse ter reagido rapidamente após detetar os estragos no estádio, na conexa Academia José Manuel Oliveira e nas sepulturas do espaço contíguo.
«Colaborou em tudo desde o início e, inclusivamente, alguns voluntários do clube vieram ajudar no cemitério», contou, assinalando que esse apoio tem sido útil em tarefas como a deslocação de «pedras pesadas que não é possível remover manualmente», sem recurso a procedimentos mais técnicos.
A Câmara de Santa Maria da Feira também reconheceu à Lusa essa colaboração, enfatizando que «as duas entidades têm estado a trabalhar em articulação para restabelecer a normalidade com a maior brevidade» e destacando que «o Serviço Municipal de Proteção Civil acompanhou a ocorrência desde o primeiro momento e mantém-se no terreno a apoiar os trabalhos».
Nem junta nem clube adiantaram que custo terão as reparações necessárias, mas o Lusitânia já reconheceu, em comunicado, que «os prejuízos são particularmente avultados e irão requerer especial atenção e compreensão de todos os envolvidos, no sentido de se disponibilizar os recursos necessários para, com a brevidade possível, ser reposta a normalidade». Está a acompanhar «de perto as graves consequências - materiais e sentimentais - do fortíssimo impacto desta depressão meteorológica nos referidos locais».
Armando Teixeira informou, ainda, que foram acionados os seguros de responsabilidade civil, tanto da junta como do clube, mas realçou que, «independentemente do que disserem as seguradoras, tudo no cemitério vai ser reposto como estava, em respeito total para com as famílias afetadas.