
Um livro que é «um projeto de gratidão para com as árvores»
O mundo das plantas «não foi uma paixão tardia» e continua a ser, ainda hoje, um «alimento da curiosidade» com que o ilhavense António Bagão Félix se relaciona com o que o rodeia. “Quarenta árvores em discurso directo”, o seu novo livro, é uma declaração de amor às árvores e à natureza. A elas reconhece as virtudes da «paciência, persistência e constância». Em conversa com o Diário de Aveiro, faz uma pergunta retórica: «Haverá dádiva maior?»
Diário de Aveiro: Que livro é “Quarenta árvores em discurso directo”?
António Bagão Félix: É um projeto, sempre inacabado, de gratidão para com as árvores (e todas as plantas). Gratidão pelo que nos dão. A humanidade é o que é graças às árvores. A nossa vida no planeta depende da vida vegetal. A fotossíntese é o verdadeiro motor da vida: água, luz solar e dióxido de carbono para nos libertar oxigénio. Haverá dádiva maior? Mas também gratidão por tudo o mais que nos oferecem: purificação do ar, fixação de solos, madeiras, resinas, fibras, alimentos, sombra, fresquidão. E mais de 90 por cento dos principais fármacos provêm, direta ou indiretamente, de moléculas produzidas pelas plantas. Não se imagina uma vida sem oxigénio suficiente. Não se imagina uma cidade sem árvores. Não se imagina uma dieta sem frutas e vegetais.
“Quarenta árvores em discurso directo” é uma edição ampliada e atualizada de “Trinta árvores em discurso directo”, que lançou em 2013. Por que razão sentiu vontade de voltar a esse livro e acrescentar-lhe novos conteúdos?
O anterior livro esgotou depois de várias edições. A editora convidou-me para fazer uma versão atualizada e aumentada. E assim “nasceram” mais dez árvores, melhorou-se significativamente a qualidade das ilustrações e atualizaram-se dados. O livro tem também um extenso glossário botânico, a lista da árvores classificadas como monumentais ou de interesse público, uma explicação do sistema binomial das espécies vegetais. Uma parte significativa das fotografias é minha, a começar pela da capa.
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