
“Sul”: uma reflexão sobre o fenómeno das migrações
Virgílio Castelo protagoniza, ao lado de Francisca Sobrinho e Francisco Pereira de Almeida, a nova peça de Tiago Correia, que é a segunda parte de um díptico sobre migrações. Uma “viagem” pela história e memória do país, que começou com “O Salto” e continua agora com “Sul”. Entre ambas abrem-se caminhos para uma reflexão mais ampla sobre os temas da memória (ou do esquecimento) e da volatilidade das relações humanas contemporâneas.
«Michelle, uma jovem francesa lusodescendente, vem a Portugal, contra a vontade da família, na tentativa de encontrar um homem que pode ser o seu avô biológico. Além deste homem, cuja existência está rodeada de mistério, Michelle esbarra com a crua realidade de uma comunidade de migrantes do sul do país», revela a sinopse do espetáculo. Segundo o autor do texto e encenador, trata-se de uma tragédia contemporânea construída sobre um drama familiar intergeracional marcado pelo trauma, abandono e separações.
Com música original de André Júlio Turquesa e produção de A Turma, “Sul” tem a capacidade de abordar um tema que acontece há décadas, as migrações, mas que vai sofrendo alterações sem mudar a sua essência. «Assistimos à saída dos portugueses para França, nos anos 60 e 70, à procura de melhores condições de vida e a concentrarem-se nos subúrbios de Paris e a viverem em condições muito difíceis. Agora assistimos à vinda de pessoas para a Europa, também à procura de uma vida melhor, fugindo a perseguições, a regimes políticos maus, à falta de condições dignas...», comentou, lembrando que «falar destes fenómenos migratórios é, também, falar de como as famílias se constroem e destroem e como as relações afetivas sobrevivem a isso», testemunhou ao Diário de Aveiro.
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