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Autismo, a doença silenciosa que necessita de ser aceite socialmente

À frente da psiquiatria da Clivida há dez anos, Pedro Santos Oliveira garante que existem maiores ferramentas de diagnóstico do autismo. Investir em formação e promover a cultura de aceitação são «urgentes»

No âmbito do Dia Mundial do Autismo, a celebrar esta quarta-feira, o Diário de Aveiro esteve à conversa com Pedro Santos Oliveira, médico especialista em psiquiatria há dez anos e a exercer funções na Clivida - Clínica Médica em Aveiro há seis anos. Interpelado sobre o estado atual da doença em Portugal, o profissional de saú­de afirmou que, nos últimos anos, tem existido um desenvolvimento positivo, mas não suficiente no investimento de formação profissional.

Diário de Aveiro: Em 2023, a Associação de Apoio e Inclusão ao Autismo (AIA) afirmava que em Portugal existiam mais de 60 mil pessoas com autismo e cerca de 8.300 professores de edu­cação especial, um valor considerado insuficiente. Co­mo encara este crescimento exponencial de casos?
Pedro Oliveira: O aumento do número de diagnósticos de Perturbação do Espectro do Autismo em Portugal e no mundo tem sido amplamente debatido. Este crescimento não significa necessariamente que existam mais casos de autismo do que no passado, mas sim que há uma maior consciencialização, assim como ferramentas de diagnóstico e uma redefinição dos critérios clínicos. Outrora, muitos casos de autismo podiam passar despercebidos ou serem erradamente diagnosticados como outras condições, entre elas perturbações do desenvolvimento, défice cognitivo ou problemas emocionais. Hoje, graças à evolução da investigação científica e das políticas de inclusão, há um esforço para identificar as crianças o mais cedo possível, permitindo-lhes aceder ao a­poio adequado. No entanto, este aumento dos diagnósticos também expõe a insuficiência de recursos para dar resposta às necessidades das pessoas autistas. Em Portugal, os cerca de 8.300 professores de educação especial são insuficientes face à crescente procura por acompanhamento especializado. Exis­te, sobretudo, falta de terapeutas, psicólogos e programas de apoio para famílias, por isso é urgente investir em formação para profissionais, a­daptar escolas e criar estratégias que promovam uma real inclusão da população autista na sociedade.

O autismo é um espectro de perturbações, o que significa que pode experimentar uma ampla gama de sintomas e níveis de gravidade. Quais os tipos de autismo e como os descreve?
O autismo é uma condição do neuro-desenvolvimento caracterizada por desafios na comunicação, interação social e padrões de comportamento repetitivos. No passado, era classificado em diferentes subtipos, mas desde a publicação do DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), em 2013, todas estas variantes passaram a ser englobadas numa única designação: Perturbação do Espectro do Autismo.

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Março 30, 2025 . 10:15

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