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Plataforma pede "abordagem séria" na discussão parlamentar das propostas sobre IVG

Propostas estão agendadas para o próximo dia 10 de janeiro na Assembleia da República

A Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres pediu hoje uma "abordagem séria" e que defenda a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres na discussão sobre as propostas legislativas sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG).

A organização afirma em comunicado que "acompanha com grande atenção e preocupação a discussão de diversas propostas legislativas sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), agendada para o próximo dia 10 de janeiro na Assembleia da República, e apela para uma abordagem séria e comprometida com a defesa intransigente da saúde e dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres em Portugal".

Referindo-se às propostas que vão ser debatidas no parlamento na sexta-feira, a Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM) considerou que esta discussão legislativa pode constituir “uma oportunidade determinante para reforçar a promoção da igualdade entre mulheres e homens” e garantir “a plena realização” dos direitos sexuais e reprodutivos de todas as mulheres que vivem em Portugal.

Na nota hoje divulgada, a plataforma defende que a legislação relativa à IVG deve basear-se em “princípios fundamentais de segurança, liberdade e autonomia” e sublinhou que desde a aprovação da lei de despenalização da IVG em 2007 se têm verificado “dificuldades crescentes” no acesso ao procedimento através do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O elevado número de objetores de consciência sem registo formal, a exigência de dois profissionais de saúde para realizar o procedimento, a obrigatoriedade do período de reflexão, a falta de meios técnicos e humanos no SNS e a fraca coordenação entre os diferentes níveis de cuidados de saúde tornaram este direito inacessível para muitas mulheres em várias regiões do país”, exemplifica a PpDM.

A organização considera urgente o alargamento do prazo legal de acesso à IVG por opção da mulher, assim como a necessidade de encontrar soluções para os obstáculos burocráticos identificados para garantir o “pleno exercício do direito ao aborto” em todo o território nacional.

Este alargamento visa não só a eliminação de barreiras ao acesso, mas também a proteção da liberdade e da saúde das mulheres, prevenindo situações de risco e desigualdades regionais no acesso a cuidados de saúde reprodutiva”, considera.

A PpDM adianta que acompanhará todas as propostas que “facilitem e promovam” o acesso à IVG para todas as mulheres em território nacional, acrescentando que ”a decisão de continuar ou interromper uma gravidez cabe, em última instância e exclusivamente, a cada mulher, no pleno exercício dos seus direitos e da sua autonomia, sendo dever do Estado garantir condições para que esta decisão seja tomada de forma informada, segura e livre de constrangimentos”.

Face às ameaças de retrocessos, diretas ou veladas, por ação ou omissão, respondemos com firmeza: a maternidade será desejada ou não será”, sublinha.

O PS agendou para sexta-feira um debate no parlamento sobre o alargamento do prazo de acesso à interrupção voluntária da gravidez, após ter apresentado um projeto de lei em que defende o alargamento desse prazo para as 12 semanas.

Na sexta-feira será também debatida uma iniciativa do PCP que propõe o alargamento do prazo de acesso ao aborto para as 12 semanas e, em casos de perigo de morte ou de “grave e duradoura lesão”, para 14 semanas.

Além do PCP e PS, também Bloco de Esquerda, Livre e PAN avançaram com projetos de lei sobre o aborto. BE e Livre defendem o alargamento do prazo para as 14 semanas.

Serão igualmente discutidos projetos de lei do CDS-PP, que densifica "o acesso à informação relevante das grávidas para a formação de uma decisão livre, consciente e responsável" e reforça "o regime do exercício do direito individual de objeção de consciência dos médicos e demais profissionais de saúde" e do Chega, pela "garantia de proteção à mulher grávida e ao nascituro em todas as fases e circunstâncias e o reforço da informação sobre redes de apoio e cuidados".

 

Janeiro 8, 2025 . 13:15

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