Águeda recebe 1.ª edição na Europa do Kriol Jazz Festival

Pela primeira vez na Europa, e diretamente de Cabo Verde, o Kriol Jazz Festival chega a Portugal. No próximo fim de sema­na, o Centro de Artes de Águeda (CAA) recebe este encontro cultural que reforça os laços entre Portugal e Cabo Verde e enaltece a beleza da cultura crioula, contando com nomes consagrados como Elida Almeida, Sixun, Mario Canonge (Trio) e Kenny Garrett.
Este sábado, pelas 21 horas, o palco do CAA é de Elida Almei­da. Autora e compositora, tornou-se a voz de uma geração com o seu primeiro disco “Ora Doce Ora Margus” (2014), cujos temas ressoam na vida de muitos jovens. Após ganhar o prémio “RFI Découvertes” em 2015, iniciou uma carreira que a levou a palcos internacionais. A sua música mistura ritmos tradicionais cabo-verdianos, como a “tabanka”, com influências contemporâneas, criando um estilo próprio. Com mais de dez anos de carreira, a sua liberdade criativa, autenticidade e energia contagiante geram uma experiência única, em que a música é vivida em comunhão com o público.
Ainda no mesmo dia, pelas 22.30 horas, seguem-se os Sixun. Falamos de um grupo internacional que começou no ano de 1984 e que tem vindo a construir uma carreira única e sólida ao longo de mais de duas décadas, alcançando o auge com o prémio “Django d’Or” em 2006.
Formado por personalidades fortes e criativas, é mestre na fu­são de melodias e ritmos afro-jazz-funk, com solistas de nível excecional como Alain Debiossat e Louis Winsberg. A harmonia vibrante de Michel Alibo e Jean-Pierre Como entrelaça-se com a dupla rítmica impressionante de Stéphane Edouard e Paco Sery. O sexteto traz um groove pulsante, com ritmos envolventes, melodias cativantes, harmonias exuberantes e im­provisações inspiradoras que continuam a emocionar e a surpreender.
Já no domingo atua, pelas 21 horas, Mario Canonge, figura de destaque no jazz contemporâneo, especialmente no universo da música crioula. Nesta forma­ção em trio, a fusão das influências dos músicos revela-se em cada acorde, destacando os ritmos latinos e caribenhos, marcas de Canonge. A base rítmica, com Michel Alibo no baixo e Tilo Bertholo na bateria, reflete uma sintonia construída ao longo de anos de colaboração. Juntos, exploram um cam­po fértil de improvisação, cri­ando uma experiência sonora única.
Às 22.30 horas, mais minuto menos minuto, tem início o concerto de Kenny Garret. Este saxofonista e compositor conquistou o reconhecimento pela sua versatilidade ao longo de mais de 30 anos. Iniciou a sua carreira na Duke Ellington Orchestra e na Mel Lewis Orchestra. Em 1987, uniu-se a Miles Davis, com quem tocou até à sua morte. Gravou mais de 20 álbuns como líder e participou em mais de 230 gravações, colaborando com grandes nomes como Art Blakey, Herbie Hancock, Roy Haynes, McCoy Tyner, entre outros. Natural de Detroit, as suas raízes musicais influenciaram-no a explorar o jazz, a soul, o R&B e a World Music.
Com vários prémios, inclu­indo um Grammy, Kenny Garrett continua a inovar no jazz, explorando novas sonoridades e mantendo a sua influência como um dos maiores saxofonistas da atualidade.
O bilhete individual tem um custo de cinco euros. Já o passe geral custa 15 euros.
Em Cabo Verde, o festival continua a realizar-se na Praia, sendo este ano a sua 14.ª edição. Águeda recebe agora a sua 1.ª edição na Europa, numa importante internacionalização do evento, organizado pelo município de Águeda, como refere nota de imprensa remetida ao Diário de Aveiro.