Movimento pela Linha do Vouga pede que se cumpra o direito ao transporte
Em nome das populações do troço que serve os concelhos de Espinho, Santa Maria da Feira, São João da Madeira e Oliveira de Azeméis, o Movimento Cívico (MC) pela Linha do Vouga pede «que se cumpra o direito ao transporte, previsto na Constituição da República Portuguesa, com o urgente reforço da frota de material circulante, com o aluguer das composições identificadas e que se proceda aos trabalhos necessários para que as plataformas tenham as dimensões que permitam a circulação de unidades múltiplas dentro das normas de segurança». Em causa estão queixas que utilizadores da linha lhe fizeram chegar, devido a episódios de sobrelotação dos comboios no troço norte, que liga Espinho a Oliveira de Azeméis, algo que o MC diz que «vem sendo habitual nesta altura do ano em que há uma elevada procura, principalmente por causa das idas à praia de Espinho». Sublinhou que o problema «acentua-se ainda mais às segundas-feiras», que é o dia de feira naquela cidade». Destacando que «fontes ligadas à CP assumiram, num passado recente, que há material circulante identificado em Espanha e na Grécia para ser alugado», questionou se a operadora «tinha solicitado autorização ao Governo para proceder à aquisição desse mesmo material e quais os motivos para as composições não estarem a circular em unidades múltiplas, com vista ao reforço da oferta».
Segundo o movimento, a CP informou que é do seu «conhecimento a tradição das populações da região utilizarem o comboio para chegar às praias de Espinho», enfatizando que, após uma análise quanto à possibilidade de reforçar os comboios regulares, terá concluído não ser «viável realizar esse reforço devido a questões operacionais relativas à infraestrutura ferroviária e que colocam em causa a segurança dos passageiros no embarque e desembarque, designadamente as relacionadas com o comprimento das plataformas». Face à resposta, o movimento cívico sublinhou a existência de «uma desarticulação entre a roda e o carril, com a operadora ferroviária a remeter responsabilidades para a gestora da infraestrutura, nomeadamente a Infraestruturas de Portugal».
Concluiu que, ao contrário de anos anteriores, «as automotoras não têm circulado em múltipla devido às plataformas serem demasiado curtas», não tendo «comprimento suficiente que permita o embarque e desembarque de passageiros com total segurança». Lamentando os «constantes empurrões de responsabilidades entre entidades cujo dono é o mesmo: o Estado português», acentuou as suas «dúvidas quanto à justificação apresentada pela CP, visto que quem conhece o historial da linha rapidamente conclui que, antigamente, as plataformas tinham o mesmo comprimento e as automotoras que circulavam em múltipla avançavam e/ou recuavam para deixar entrar e sair todos os passageiros junto da plataforma». Um tipo de procedimento – disse – que «ainda há bem pouco tempo se verificou na Linha do Minho». |