PCP Aveiro reúne-se com bombeiros do distrito e deixa críticas à Lei da Proteção Civil
O PCP de Aveiro reuniu-se com corporações de bombeiros do distrito, após os incêndios, e concluiu que a Lei Orgânica da Proteção Civil não serve.
“Os incêndios mostram as fragilidades do sistema de Proteção Civil, com falta de recursos humanos, técnicos, materiais e logísticos” diz, em comunicado o PCP/Aveiro, após os incêndios em sete municípios do distrito.
Aquele partido critica a nova Lei Orgânica da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil: “foi criada principalmente para ir buscar fundos europeus”.
Segundo o PCP, trata-se de uma Lei que subestima os bombeiros, sendo eles que “realizam mais de 95% das missões de socorro no país”.
“A destruição exige apoios amplos e rápidos” e “a experiência dos incêndios de 2017, onde uma lei de apoio às vítimas foi aprovada a partir de uma proposta do PCP, deve servir de base para a resposta”, defende.
Para os comunistas, “o Estado Português deve agir rapidamente para reconstruir casas de primeira habitação e apoiar as de segunda habitação, bem como compensar a perda de rendimento dos pequenos agricultores”.
O PCP de Aveiro diz que “é hora de fazer escolhas: proteger a floresta ou deixá-la nas mãos de grandes interesses industriais”, defendendo que é preciso intervir no preço da madeira e “retirar madeira para evitar especulação e garantir preços justos”.
O PCP conclui que “a brutalidade dos incêndios está ligada a décadas de políticas erradas, que levaram à destruição de explorações agrícolas e ao despovoamento”.
O comunicado dá conta de que o PCP agendará para dia 9, no Parlamento, a discussão do Estatuto Social do Bombeiro, “para dignificar a profissão e garantir mecanismos de prevenção e compensação”.
Nove pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas em consequência dos incêndios que atingiram na passada semana sobretudo as regiões Norte e Centro de Portugal.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil contabilizou oficialmente cinco mortos nos fogos.
Os incêndios florestais consumiram, entre os dias 15 e 20 de setembro, cerca de 135.000 hectares, totalizando este ano a área ardida em Portugal quase 147.000 hectares, a terceira maior da década, segundo o sistema europeu Copernicus.