UE, China e Rússia defendem Guterres na ONU e EUA ignoram críticas de Israel
Os embaixadores de França, Reino Unido, China e Rússia nas Nações Unidas (ONU) defenderam hoje António Guterres, após o secretário-geral da organização ter sido declarado 'persona non grata' por Israel.
Numa sessão de emergência do Conselho de Segurança, o embaixador francês Nicolas de Rivière, não mencionou Israel, mas quis sublinhar que Guterres "tem o total apoio e confiança de França", enquanto a sua colega britânica, Barbara Woodward, também destacou o seu "apoio total e inequívoco" a Guterres e a toda a ONU pela forma como "estão a lidar com a crise".
Perante o próprio Guterres, o embaixador chinês, Fu Cong, reiterou "o apoio resoluto da China ao secretário-geral pelo seu trabalho" e opôs-se "às acusações infundadas que Israel levantou contra" o ex-primeiro-ministro português.
O embaixador russo junto da ONU, Vasily Nebenzya, foi mesmo o mais enfático na defesa do líder das Nações Unidas: a declaração israelita "é uma bofetada na cara não só da ONU, mas de todos nós", advogou.
"Apelamos a todos os membros do Conselho e à ONU para que reajam contra este ato ultrajante", instou o diplomata.
Ficou a faltar uma mensagem semelhante do quinto membro permanente do Conselho de Segurança: os Estados Unidos, aliado inabalável de Israel.
A embaixadora norte-americana junto da ONU, Linda Thomas-Greenfield, não fez alusão ao assunto e limitou-se a agradecer a Guterres pelo seu discurso de hoje perante o Conselho.