Ouro e prata para os coros Corisco e Santa Joana
Dois coros de Aveiro, o Corisco (da OMA - Oficina de Música de Aveiro) e o Santa Joana, participaram na 5.ª edição do Festival e Concurso Internacional de Coros da Beira Interior, concorrendo ao lado de coros da Hungria, Estónia, Roménia e Alemanha, nas categorias de folclore e coro misto, e em boa hora o fizeram. O Corisco d’Aveiro, dirigido pela maestrina Patrícia Costa, arrecadou a medalha de ouro na categoria “Folclore”, enquanto o Coro Santa Joana, com a orientação da maestrina Alice Boavista, conquistou a medalha de prata na categoria “Coro misto”.
Coros relâmpago
O inovador Corisco (na foto em destaque) nasce muito pela força e determinação de Patrícia Costa, que fez uma proposta “diferente” à OMA, e a escola de música não hesitou. Com vasta experiência na área da música, seja como intérprete, compositora ou direção, depressa percebeu que os coros tendem a não se manter. «No início do ano está cheio, com o passar do tempo, as pessoas começam a sair e os projetos ficam comprometidos», testemunhou ao Diário de Aveiro. Foi assim que teve a ideia de lançar os coros relâmpagos, «projetos musicais que ensaiam durante cinco ou seis semanas para fazerem uma apresentação pública, terminando. Uns dias depois abrem-se inscrições para um novo projeto, com novas pessoas (embora muitos se mantenham de um coro para o outro) e um novo tema». A verdade é que tem sido um sucesso, havendo coros que chegaram às 50 pessoas. No próximo dia 28 arranca mais um coro relâmpago, com ensaios na OMA, e que será a 9.ª edição desta aposta.
Grande incentivo
Foi, precisamente, no âmbito deste conceito artístico “alternativo” que Patrícia Costa, ao ter conhecimento da competição da Beira Interior, criou um coro e em menos de dois meses preparou-o para a competição.
«Nunca me passou pela ideia ganhar prémios, o meu foco era apresentar um trabalho com valor, com conteúdo e proporcionar aos meus coralistas uma experiência boa e feliz. “Temos que nos divertir”, era o que lhes dizia», e quem sabe não foi essa boa energia que terá pesado, também, na decisão do júri. Admite que o prémio é uma “lufada de ar fresco” e um grande incentivo, a ponto do Corisco, contrariando o seu ADN, já pensar em prolongar a sua existência e preparar-se para mais apresentações.
Sobre a presença na competição, avançou terem sido preparadas quatro canções, «sempre com a preocupação de dar visibilidade à música brasileira, mas à portuguesa também». Mas, naquele palco aconteceu muito mais do que cantar. Dançou-se, sambou-se, tocou-se percussão e até atuaram duas capoeiristas, uma portuguesa com 23 anos e uma brasileira com 72. O visual do grupo procurou juntar as cores dos dois países e passar uma mensagem de serenidade e força. «Foi muito bonito», testemunhou.
Zétó Rodrigues, músico e diretor artístico da OMA, admitiu estar muito feliz com o prémio, que «distingue o trabalho do grupo, incentiva a OMA, mas também faz valer a aposta num formato musical diferente e que tem tido excelentes resultados». Sobre o próximo coro, avançou que as inscrições abrem em breve e terá como grande inspiração o espírito natalício.
O Coro de Santa Joana (na foto abaixo), fundado em 1995, obteve medalha de prata na categoria “Coro misto”. O coro que foi fundado em Aveiro há perto de 30 anos e nunca mais parou de atuar e representar Aveiro por onde passa, dedicando-se à interpretação de música coral litúrgica e profana. Conseguiu arrecadar, também, um prémio especial para sua promissora maestrina, Alice Boavista.