Carlos Rocha, presidente da Junta da Gafanha da Nazaré, fala do passado, do presente e do futuro da freguesia. Há problemas prementes por resolver, como o centro de saúde, que «está um caos», avisa. No geral, diz o social-democrata, «a Gafanha da Nazaré é uma freguesia fervilhante e muito dinâmica».
Diário de Aveiro: Há longos anos que se fala do projeto de reformulação do centro da freguesia. Em que pé está o processo?
Carlos Rocha: Está parado. Tudo o que se tem perspetivado, desde o tempo do eng. Ribau Esteves como presidente de Câmara em Ílhavo, passando pelo tempo do eng. Fernando Caçoilo, apesar dos projetos existentes, nada avançou. Nos tempos que se vivem e na gestão deste executivo liderado desde 2021 pelo presidente João Campolargo de nada se fala, nem do que existia, nem do que poderá vir a existir. Nos tempos idos do eng. Ribau Esteves, esteve em cima da mesa um projeto para criar uma nova centralidade. O edifício atual da junta e o edifício da estação dos correios seriam demolidos e colocados no limite do parque de estacionamento, contemplando um edifício moderno. Seria construído um parque subterrâneo, que serviria de suporte a uma praça, aberta, arborizada e que pudesse ser ponto de encontro para as pessoas. Não se avançou para a obra. Nos tempos do eng.º Fernando Caçoilo, esteve em cima da mesa um projeto que reformulava o troço compreendido entre o cruzamento da Rua Prior Guerra e o Cruzamento das Caçoilas, onde a via passaria a ser de sentido único, com uma zona envolvente, pedonal, arborizada, com uma iluminação adequada e renovada, numa plataforma elevada para os peões circularem livremente. Não se avançou para a obra. No tempo vigente do presidente João Campolargo nada se sabe, apesar de algumas informações avulsas, mas parece que em relação ao último projeto o mesmo foi abandonado ou deixado na gaveta. Para se fazer qualquer tipo de obra mais relevante na Gafanha da Nazaré são necessários muitos anos para tomar a decisão, muitos anos para elaborar o projeto e depois a execução dessa obra só se concretizará se houver dinheiro de fundos comunitários. Os diferentes executivos camarários dos últimos 26 anos viveram sempre com a imposição dos fundos comunitários para a regeneração urbana só poderem ser aplicados na sede do concelho. No entanto, nunca olharam para as outras freguesias como tinham de olhar. Temos esperança que num futuro próximo e com um olhar diferente se atribua à Gafanha da Nazaré o valor e a importância que lhe é devida.