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Câmara de S. João da Madeira diz que responsáveis por acidente de pirotecnia não ficarão impunes


Terça, 11 de Junho de 2024

O presidente da Câmara Municipal de são João da Madeira disse hoje, em reunião do executivo, que não deixará passar impune a responsabilidade pelo acidente de pirotecnia que sábado causou 16 feridos ligeiros no evento “Cidade no Jardim”.
Em causa está a explosão de engenhos pirotécnicos verificada por volta das 23h30 no referido concelho do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, em concreto na secção do Jardim Municipal entre o palco, onde atuaram elementos de várias instituições locais, e a zona da restauração, dinamizada por diversas coletividades da terra.
O acidente terá sido provocado por alegados adeptos da Associação Desportiva Sanjoanense, que se preparavam para subir ao palco para celebrar a vitória do campeonato da 2.ª Divisão de hóquei, e no próprio dia a PSP identificou um homem de 29 anos na posse de três artefactos pirotécnicos não autorizados.

Enquanto entidade que desde 2003 organiza o “Cidade no Jardim”, apontado como o principal momento da vida associativa e comunitária local, a Câmara de São João da Madeira já anunciara no domingo que, “na sequência do que vier a ser apurado no quadro da investigação policial, o próprio Município irá processar judicialmente os autores desta utilização não autorizada de pirotecnia”, mas hoje à tarde voltou a abordar o tema em reunião do executivo.
Nesse encontro, o presidente da autarquia, Jorge Vultos Sequeira, insistiu: “O evento tem cerca de 20 anos e nunca algo de semelhante tinha ocorrido. Só ocorreu agora devido à conduta totalmente irrefletida e imponderada de algumas pessoas. Neste momento está-se na fase de apuramento de responsabilidades, mas depois a Câmara tudo fará para que essas responsabilidades não fiquem impunes”.
Defendendo que o acidente resultou de “uma conduta leviana, ilícita e, eventualmente, criminal”, o autarca socialista elogia, contudo, “a pronta resposta dos bombeiros e da PSP”, assim como a compreensão dos participantes e espectadores do evento.
“Quero agradecer a todos os que, nos dois dias seguintes, compareceram à festa, confiando na organização e na tomada das medidas necessárias para garantir a segurança do evento”, referiu.
Dada a elevada afluência ao “Cidade no Jardim”, os rebentamentos de sábado geraram o pânico entre as pessoas que se encontravam junto ao palco e às tabernas, causando um total de 16 feridos ligeiros. Desses, três receberam assistência hospitalar nas unidades de São Sebastião e São João da Madeira, mas tiveram alta horas depois, ainda na madrugada de domingo.
“As pessoas atingidas não sofreram, felizmente, consequências graves”, revela Jorge Vultos Sequeira.
A situação foi acompanhada pela polícia local, que logo após a explosão criou um corredor de emergência com as autoridades de Proteção Civil e de Saúde, para facilitar a evacuação do recinto.
A edição de 2024 do “Cidade no Jardim” terminou segunda-feira, tendo contado com a participação de cerca de 60 entidades, entre associações, escolas, clubes desportivos, etc. Pelo Jardim Municipal distribuíram-se assim 73 stands e 24 tasquinhas, assim como áreas específicas para atividades infantis, com insufláveis e trampolins.
A iniciativa sempre foi de acesso gratuito, mas não tem controlo de entradas, pelo que, embora sem apontar um número exato de visitantes, a autarquia estima que pelo recinto tenham passado, entre quinta-feira ao final da tarde e segunda à noite, “muitos milhares de pessoas”.


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