O Cais dos Bacalhoeiros acolhe, entre hoje e o próximo dia 28, artistas de circo, de duas residências artísticas de um projeto exploratório para o circo europeu e de um projeto de investigação. O primeiro corresponde ao “Hand to Hand”, enquanto o segundo diz respeito à promoção de momentos de experimentação, espaços de formação e cruzamento entre diferentes setores de atividade, cuja reflexão da ecologia social é o principal objetivo.
O evento decorre da sequência de uma visita exploratória aos espaços do Cais dos Bacalhoeiros, feita em março, por oito artistas emergentes de circo contemporâneo. Entre eles estão Amir Guetta e Juana Ortega Kippes, que regressam para uma residência intensiva na empresa de bacalhau GRUPEIXE. Delphine Lanson, mentora artística do projeto, e Nathalie Blanc, investigadora residente, prestarão apoio aos dois artistas de circo acolhidos em Ílhavo, contribuindo para o teste e avaliação de metodologias de criação artística inovadoras em interligação com o setor de atividade.
Amir Guetta, acrobata, bailarino e músico, começou o seu percurso aos 13 anos, com o desporto Capoeira. Depois de explorar as vertentes da dança, artes marciais e “parkour”, o artista dedicou-se ao circo.
Juana Ortega Kippes formou-se em Hatha Yoga na Índia e apresenta uma especialização em equilíbrio sobre as mãos e contorcionismo, concluída em Bruxelas com Slava Kukushkin (ESAC), e em dança contemporânea no DansCentrumJette. A vida deu voltas e a artista mudou-se para Toulouse, onde continuou a sua formação com Pascal Angelier (Toulouse-Occitanie Ésacto’Lido). Enquanto isso, o interesse pela dança “butoh” surgiu, onde desenvolveu as suas técnicas de contorcionismo e explorou contextos experimentais.
As residências a serem apresentadas acontecem no âmbito do “Hand to Hand”, um projeto cofinanciado pela União Europeia, organizado pela Bússola (organização de desenvolvimento de projetos artísticos que organiza o LEME, em parceria com o 23 Milhas) com outros parceiros europeus que atuam nos domínios do circo e das artes performativas: a Le Palc - Pôle national cirque Châlons en Champagne (França), a Helsingør Teater (Dinamarca) e a ROOM 100 (Croácia). Tem o apoio da ARTCENA (França), do CNAC - Centre national des arts du cirque (França), do Institut Français (França), do Furies (França) e do município de Ílhavo, através do 23 Milhas.
Depois de terminado o evento, o LEME, festival de circo contemporâneo, a decorrer entre 5 e 8 de dezembro, em Ílhavo, acolhe os espetáculos finais dos artistas. Em agosto, dá-se a estreia, na Dinamarca.
