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Drogaria “Bernardino da cal”, uma sobrevivente às portas de Esgueira


Texto de Sandra Simões e foto de Eduardo Pina Sábado, 27 de Julho de 2024

Entra-se na drogaria do “Bernardino da cal”, localizada às portas de Esgueira, e há a sensação de viagem ao passado. Tudo começa em setembro de 1947, pela mão de Bernardino da Silva, que era construtor civil, mas, ao ter conhecimento que a taberna e barbearia ao lado de casa ia para trespasse, decide mudar de vida. Assume o negócio, «mas, como não era barbeiro, substitui a barbearia por mercearia», recorda César Madalena, o filho que há mais de 50 anos cuida do negócio do pai, juntamente com o irmão Manuel. «Foi assim durante muitos anos, entre azeite e arroz, mas entretanto começa a meter algumas ferragens e a apostar na cal» e o negócio começa a mudar. A costela de construtor falou mais alto e, anos depois, a casa já era uma drogaria com venda e distribuição de materiais de construção, com destaque para a cal. Assim ficou o nome, “Bernardino da cal”, que se mantém até hoje.
O “pai” trabalhou no estabelecimento até passar os 70 anos e os dois filhos, Manuel e César, seguiram-lhe as pegadas assim que vieram da Guerra do Ultramar, «com vinte e poucos», atira Manuel, porque os anos já baralham as contas. Hoje, com 80 anos, e o irmão César com mais quatro, 84, reconhecem que não sabem fazer mais nada, nem querem. Há mais de 50 anos que trabalham lado a lado na drogaria do pai, nunca se desentenderam e nunca fizeram férias. «A drogaria nunca fechou, só nos feriados e no domingo, por respeito aos clientes», recordam. Aliás, as mulheres de ambos chegaram a dar uma ajuda na loja, porque o movimento assim o exigia. É um verdadeiro negócio familiar!

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