«Salgado Zenha e Lourdes Pintasilgo foram os grandes derrotados destas eleições, a que há que juntar um outro: Ramalho Eanes». Este excerto é parte do texto que acompanha a manchete do dia seguinte às eleições presidenciais: «Freitas do Amaral e Mário Soares na segunda volta», agendada para o dia 16 de fevereiro. De salientar que seria a primeira vez, em Portugal, que seria necessária uma segunda volta para eleger o Presidente da República.
Na edição de 27 de janeiro, e ainda com 20 freguesias por apurar («de um total de mais de quatro mil»), o Diário de Aveiro dava conta dos primeiros resultados registados no concelho de Aveiro e descrevia o ato eleitoral na região aveirense «sem incidentes». «Os aveirenses, tal como aliás todos os portugueses, já estão habituados a votar. Depois de um “jejum” de 48 anos em que o país foi governado por um partido único, surge o 25 de Abril e, com ele, o início de um processo democrático que nem sempre tem sido claro e transparente», começava por escrever o autor da notícia, garantindo, mais à frente, que, em Aveiro, «terra de democratas», «as pessoas ordeiramente saíram de suas casas e dirigiram-
-se às mesas de voto», registando-se uma maior afluência às urnas depois do almoço, com o intuito de eleger um candidato civil, «situação que já não se verificava há cerca de 60 anos».
